5 inovações que estão influenciando o futuro da saúde

                                                                   Vagner Lima 

                            

 O setor da saúde está em constante mudança e, ao que tudo indica, nos próximos anos teremos uma realidade bem diferente da que vemos hoje. A transformação digital e as tecnologias emergentes além de serem as grandes responsáveis pelas mudanças que percebemos, já nos apontam o caminho que nos aguardam: análises de dados e inteligência artificial, copazes de tornar o diagnóstico cada vez mais personalizado. 

O Brasil vem se tornando verdadeiro polo gerador de conhecimento sobre o assunto, devido ao crescimento das healthtechs, startups voltadas a trazer soluções de inovação para gaps da medicina e saúde como um todo.

Por meio do uso da tecnologia, as healthtechs vem encontrando soluções para resolver alguns dos principais problemas do setor da saúde no Brasil como acesso limitado, pouca eficiência e experiência de atendimento ruim. 

De olho no ecossistema de startups que trazem o que há de mais inovador na área da saúde e analisando informações sobre negócio e investimentos, é possível apontar 5 movimentos que prometem transformar o mercado da saúde e formar a nova saúde. 

IoT na Saúde

O termo significa 'Internet das coisas' e se refere a ideia de que os itens do nosso dia a dia - ou melhor, as 'coisas' - podem ser conectadas ao universo online. Exemplos: bicicletas, automóveis, relógios, eletrodomésticos, elevadores, vídeo game, aparelho de ar condicionado e tudo o que se possa imaginar. Essa revolução tecnológica, como esperado, infiltrou-se na medicina também. 

Em 2020, o número volume investido em Healthtechs de IOT no mundo todo bateu recorde: Foram pouco mais de US$ 1,5 bilhão aportados através de 110 rodadas, quase 80% em empresas americanas, o maior pólo de inovação da categoria. O mapa do Brasil, possui aproximadamente 34 startups que apresentam soluções de IoT, cerca de 60% fundadas entre 2015 e 2020. Entre as de maior destaque estão a Hilab, a Brain4care, a Biocam, a Carenet longevit e a Salvus. 

IA na Saúde

A Inteligência Artificial é uma coleção de tecnologias avançadas que permite às máquinas descobrirem, conhecerem, raciocinarem, agirem e aprenderem. A IA pode processar vários tipos de dados: não estruturados, imagens, voz etc. Além disso, a tecnologia usa uma variedade de algoritmos e ferramentas para realizar, por exemplo, Machine Learning, ou 'Aprendizado de Máquina' e processamento de linguagem natural. 

Neste ano de 2021, já foram investidos mais de US$ 1,4 milhões em startups de Inteligência Artificial no Brasil. Para se ter um ideia da evolução dos aportes, em 2020 foram foram apenas 1,5 milhão investidos na categoria. O desenvolvimento de novas tecnologias aliado a necessidade de melhorar a precisão dos diagnósticos e tratamentos está contribuindo para a evolução desse mercado no mundo todo. 

No Brasil, existem 64 startups que fornecem tecnologias de Inteligência Artificial para a indústria médica. A maioria delas opera no modelo de negócios B2B. Até 2010 não havia healthtechs de Inteligência Artificial em nosso país. A partir desse anos elas começaram a surgir ainda que timidamente. Entre 2016 e 2018, houve um pico no número de fundações onde surgiram 32 delas no ecossistema de inovação brasileiro. 

Saúde Mental

Após mais de 1 ano e meio de pandemia e muita gente tendo que lidar com o distanciamento, quarenta, mudanças no trabalho, na rotina entre outras situações, a mente se tornou um foco de atenção para diversas iniciativas. Um dos resultados disso é o aumento na busca de terapias e acompanhamento psicológico, colocando a saúde mental em foco para este e os próximos anos. 

Em 2020 o número de investimento em startups de saúde mental no Brasil chegou a US$ 4,68 milhões, valor 10 vezes maior que o de 2018 e mais do que o dobro de 2019. Os números mostram como esse setor cresceu nos últimos anos : enquanto em 2018 houve duas rodadas de investimentos com ticket médio de US$ 215 mil dólares, em 2020 foram 5 rodadas com ticket médio de US$ 936 mil. Vale destacar que em relação as startups de saúde geral, esses aportes ainda são bastante modestos o que indica um enorme potencial de crescimento para os negócios de saúde mental com base tecnológica no Brasil. 

Engajamento do paciente

Mesmo com todos os avanços tecnológicos da medicina, os tratamentos não funcionariam se não houvesse o engajamento do paciente. O sucesso de um procedimento depende do comprometimento do mesmo, desde a realização dos exames, o uso correto das medicações, até mudanças no hábito de vida. 

Mas ao contrário disso, é bem comum as pessoas procurarem o médico quando já estão com sintomas. Muitas mantendo maus hábitos alimentares, sedentarismo, tratamentos de saúde interrompidos e outras decisões que dependem do paciente. 

O que é um paciente engajado? 

Pacientes engajados, além de ficarem mais saudáveis, quando apresentam um sintoma, estão mais dispostos a realizar o tratamento correto, evitando a piora do caso. É nesse sentido que as tecnologias vieram para somar essa estratégia. Os dispositivos móveis trouxeram maior proximidade entre médico e paciente, pra exemplo, além de mais controle da saúde por meio de registros digitais. 

Personalização da saúde

A Medicina Personalizada, ou MP, é um conceito que traz a ideia de personalizar os serviços de saúde, englobando neste: decisões médico, práticas e produtos, serviços que seriam, dessa forma, adaptados com o organismo de cada ser humano. Ou seja, ela visa o diagnóstico e tratamento adequado para cada paciente no momento oportuno. O revolucionário nessa prática é que ela prevê ser possível, dentro de 10 ou 20 anos que as pessoas passem a ir ao médico não porque estão doentesr, mas para saber se tem predisposição para alguma enfermidade. 

No mundo todo, o investimento em startups que trabalham com genoma e medicina personalizada começou a acelerar em 2013. De acordo com a plataforma de análises CB Insigths, em 2020 o volume de investimentos nessa área foi maior do que em todos os anos anteriores. Também é interessante notar que os valores alcançados no ano passado foram em apenas 149 rodadas de negociação; os de 2018 e 2019 foram em 221 e 238 rodadas. Esses dados evidenciam que o mercado está amadurecendo.